segunda-feira, 10 de julho de 2006

Quem avisa amigo é

Enquanto nosso povo não descartar, vez por todas, o comodismo de acreditar em líderes messiânicos e "salvadores da pátria" que erradicarão em um passe de mágica todas as agruras nacionais, estaremos sempre sucetíveis a todo tipo de louco e mal intencionado. O atual governo, que deveria servir de lição definitiva aos brasileiros de que o lobo costuma se disfarçar de cordeiro para atacar o rebanho, ao que tudo indica ainda não foi suficientemente catastrófico para que nosso povo expurgue de vez algumas figurinhas carimbadas do cenário político nacional.
O novo "messias" brasileiro usa saias, atende pelo nome de Heloísa Helena e - da mesma forma que o nosso atual presidente fazia outrora - posa de vestal da ética e honestidade. O que preocupa é que muita gente já pensa em confiar seu voto à esta senhora tão somente por acreditar que ela seria a versão "pura" de Lula e sua substituta natural, já que este teria se "emburguesado", esquecendo suas raízes de trabalhador humilde.
O perigo que essa definição da estridente senadora representa não poderia ser melhor traduzido do que nas palavras dos participantes da reunião de lançamento da sua candidatura à Presidencia da República, ocorrida no último dia 06, na Cinelândia - Rio de Janeiro.
Dentre as "brilhantes" idéias defendidas nesta reunião, destacam-se pérolas como a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce, e até a tomada do poder pela luta armada - proposta que o Brasil não ouvia tão claramente desde os idos de 1964.
“Nossa meta é eleger Heloísa Helena pelo voto, mas a implantação de um regime socialista por meio do uso de armas também não está descartada”, bradou Victor Madeira, dirigente do Partido Comunista Revolucionário (PCR), legenda sem registro no Tribuna Regional Eleitoral (TRE) que apóia a candidatura da senadora. Para quem não sabe, o PCR é uma dissidência do PCB criada na época do governo militar e que fora responsável por um sem número de sequestros, assaltos a banco, atentados a bomba e "justiçamentos" (assassinatos) nas décadas de 60 e 70. Ao que tudo indica, a mentalidade de seus líderes continua gravitando nessa época ultrapassada de nossa história. “Se me perguntarem se fazemos treinamentos com armas, não vou dizer que sim e também que não. Obviamente não vamos entregar o jogo”, disse Madeira, que é diretor do Sindicato dos Servidores Públicos Federais.
Ações “por meios não institucionais” também foram defendidas pelo candidato a deputado federal pelo PCB Ilan Pinheiro. “Venceremos pelo voto, mas não descartamos uma militância por meios não institucionais”, disse. O discurso do dirigente do PCB acabou empolgando a própria senadora, que escolheu como seu vice o ex-guerrilheiro e dissidente do PT César Benjamin. Heloísa Helena dedicou sua campanha aos mortos durante o regime militar.

“Não perdôo traição. O próprio companheiro César foi torturado nos porões, mas nem por isso entregou os seus companheiros”, discursou a candidata, que acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de trair o povo brasileiro e disse que entrou na campanha para “infernizar” a vida de Lula e do candidato tucano Geraldo Alckmin. “Vamos trabalhar para infernizar a vida desses homenzinhos”, disse para cerca de 500 militantes, segundo a Polícia Militar.
Diante de tantas e tamanhas sandices, resta aos homens e mulheres de bem dessa nação rezar para que o povo brasileiro não se deixe levar por mais esse "canto da sereia" que poderá representar a destruição de todos os princípíos democráticos que tanto lutamos para conquistar.
Olho vivo meu povo. Quem avisa amigo é!

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